Lacryma Sanguine – Tour Report pt.02

2° Dia de Turnê: Reformas pela manhã, Camarim, Cachaçaria e o primeiro show em Sousa (PB)

 

sz_01Quinta-feira. Dia 21 de Fevereiro de 2013.

 

O que aconteceu logo pela manhã de quinta feira seria um símbolo do que foi toda a nossa turnê: Reformas. Simplesmente os hotéis em que passamos por toda a turnê estavam em reformas. Normal e sem problema nenhum, se não fosse o fato dos pedreiros resolverem trabalhar em horas nada agradáveis, como por exemplo 9 HORAS DA MANHÃ e aí não tem nenhum infeliz que gostaria de acordar nesse horário ao som de marteladas e britas quebrando tudo no andar logo abaixo ao seu, né?

 

sz_02O André (Barroso – Guitarrista) acabou acordando e com seu estilo peculiar e simpático foi tirar satisfação com a gerência do hotel que explicou que eles estavam trabalhando nesse horário pois normalmente todo mundo começa a se levantar às 7 da manhã e logo após isso não há muita gente no hotel e eles poderiam trabalhar. Uma boa explicação para isso, mas foda-se parceiro, acordar 9 horas da manhã depois de um dia de longas viagens é de fuder.

Acabou que a reclamação deu certo e podemos dormir até um horário mais adequado. Mais tarde acordamos todo mundo e fomos almoçar no restaurante perto do hotel, que funcionava a self-service sem peso. E posso dizer que isso foi uma das melhores coisas da minha vida poder comer “uns pratão” estilo pedreiro sem ter que se preocupar com o peso que a porra vai ter.

 

sz_03Logo após o almoço rumamos para o CCBNB de Sousa, onde seria o nosso show na cidade. O local era bem legal, um auditório que acredito que cabiam mais ou menos 150 ou 200 pessoas, onde pudemos ficar a tarde inteira acompanhando a montagem do palco para depois poder fazer a passagem de som. Sem contar que pela primeira vez tivemos um camarim só para a banda, porque enfim, a gente praticamente não sabia que o que era isso até essa turnê. Tamo melhorando né? Eu acho…

Passar tempo observando o palco sendo montado do zero, os testes de iluminação e som, a passagem de som, até o show em si é uma ótima experiência para mim. Muita gente não tem interesse nisso e acha bem sacal, mas adoro observar tudo isso e captar o máximo de conhecimento de como tudo é montado para que o show no final fique impecável (ou no mínimo em boas condições, que na maioria das vezes nem chega a ficar nesse estado no Brasil. Hahahaha).

 

sz_04Hora do show e dessa vez tudo correu bem do começo ao fim. Depois do show que acabou não terminando bem em Patos, conseguimos fazer um show e entregar 100% do que é o Lacryma Sanguine ao vivo para o público de Sousa, que era mais ou menos umas 30 pessoas. Para um auditório de 150 pessoas até que foi bem e, segundo o produtor do show, foi uma média bem alta de público para um show de rock. Então acho que conseguimos ir bem né? Hahahaha! Na real, quantidade de público nunca nos interessou muito. Já tocamos para muita gente assim como também tocamos para uns gato pingados já. O que realmente nos interessa é que o público que esteja nos assistindo realmente goste do que viu, entre na atmosfera que a música do Lacryma Sanguine quer passar para todos que estão escutando durante o show. Isso para nós é o que realmente interessa e acredito que conseguimos passar isso para o pessoal que nos acompanhou em Sousa!

 

 “Sangue Doom pela glória de Baphomet!”

sz_05

Logo após o show, recebemos elogios da galera que esteve assistindo, desmontamos nossas coisas e peguemos o beco em direção ao primeiro para enfim comemorarmos nosso resultado positivo com o show do Lacryma Sanguine.

Paramos em um Bar-Cachaçaria onde além de haver várias opções de cachaça, também tava rolando um rodízio esperto de churrasco. Mas como bom manguaçeiros que somos, dispensamos a comida e apenas nos dedicando ao néctar sagrado, que era o mé! Entre muitas cervejas, ainda rolou umas rodadas de cachaça, lógico! Pilicilina, Volúpia, entre outras cachaças das quais não lembro o nome, foram as que rolaram o tempo todo.

 

E a noite se seguiu regada a muita manguaça até a manhã seguinte, quando pegamos a estrada novamente em direção a Juazeiro do Norte, para os dois últimos shows (que no final acabou virando 3 shows!) da turnê.

No próximo post vai rolar como foi a nossa chegada em Juazeiro do Norte, assim como o show que rolou em Crato e o “after” no barzão irado chamado Black Dog, que também seria palco do nosso último show em Juazeiro.

HAIL BAPHOMET!!

 

Project Armageddon – Tides of Doom

project-armageddon-2012-tides-of-doomBanda oriunda do Texas – USA e em sua lineup consiste de 3 ex-Well of Souls.

Neste segundo full-lenght, mesmo com algumas mudanças visíveis, a sonoridade continua tão coesa quanto seu álbum anterior.

Para quem ainda não está situado na sonoridade da banda, é um Doom Metal tradicional, com forte influência de Sabbath nos riffs, mas com um peso que lembra Solitude Aeturnus.

São ao todo 8 faixas e pouco mais de 50 minutos.

Não há como destacar essa ou aquela faixa, pois todo o trabalho está muito bem elaborado e distribuído nesse CD, mas não há como passar despercebido pela faixa Into the Sun que abre de forma muito positiva esse disco.

Call to Piety serve de aperitivo para Sanctimonius, que tem uma levada arrastada e até umas passagens melancólicas nos vocais de Alexis.

A faixa título é carregada de energia e os riffs de Brandon Johnson são precisos e empolgantes, a linha de baixo de Alexis e a bateria Raymond seguram muito bem as pontas, deixando como uma das melhores faixas do álbum.

Upon Solace’s Shores é mais uma instrumental, sendo tocada apenas por baixo e bateria criando um clima para Fallow Fields.

E para encerrar temos a depressiva Paths of Darkness. O moribundo ouvinte vai sendo levado pelos riffs viajantes e a linha de vocal de Alexis de forma depressiva vai dando a tônica dessa bela canção.

Para quem ainda não conhece a banda, vale a conferida e para quem quiser adquirir o cd, entre em contato com a banda.

 

Project Armageddon – Tides of Doom (Shattered Man Records)

1. Into the Sun

2. Call to Piety (instrumental)

3. Sanctimonious

4. Conflict (instrumental)

5. Tides of Doom

6. Upon Solace’s Shores (instrumental)

7. Fallow Fields

8. Paths of Darkness

 

depress5

 

Contatos:

https://www.facebook.com/pages/Project-Armageddon/115542915136006?fref=ts

Worship – Terranean Wake

352957Já faz um bom tempo que não ouvia nada desses alemães, desde os tempos áureos do mIRC e o play Last Tape/CD/Vinyl Before Doomsday tornou-se uma das trilhas sonoras da vida de merda que eu levava.

Anos mais tarde dei uma escutada no álbum Dooom, e confesso que não me agradou, talvez pela vibe em que eu me encontrava já era outra e nesse material já não estava o Fucked-up Mad Max (apesar de ainda conter umas faixas com os vocais dele e bla bla bla…).

Agora eis que recebo esse novo full-lenght do meu parceiro Weird Truth Productions, e a primeira vista o cd já agrada. Bela produção gráfica, acabamento impecável e o principal, um puta disco.

Aqui temos o que o Worship sabe fazer de melhor, ou seja, um Funeral Doom ultra lento, com linhas de guitarras cortantes, bateria cadenciada, praticamente um convite ao suicídio.

Em pouco mais de 55 minutos, temos 4 temas que se dividem em atos, que levam o nome de Terranean Wake e o subtítulo.

Apesar de todas as faixas se encontrarem num mesmo grau funesto, não há como não destacar o ato de abertura Tide of Terminus, e na parte onde há algumas vocalizações limpas, que me lembraram os noruegueses do Funeral, já vale o material.

Outro destaque que podemos dar ao disco, são as passagens líricas do material que não se prende somente ao inglês, tendo trechos em sua língua natal, alemão e também algumas passagens em francês. Está certo que se você acompanhar o cd sem dar uma espiada na letra, poucas pessoas perceberão por essa transição linguística.

Você se encontra num estado catatônico e está em busca de algo que lhe conforte a alma, com certeza esse álbum lhe será companheiro.

Worship – Terranean Wake (Weird Truth Productions)
1. Terranean Wake I – Tide of Terminus
2. Terranean Wake II – The Second Coming Apart
3. Terranean Wake III – Fear Is My Temple
4. Terranean Wake IV – End of an Aeviturne

depress5

Contatos:

https://www.facebook.com/WorshipDoom

http://worshipdoom.com/

The Fall of Every Season – Amends

tfoes-cover_sm2007 foi o ano em que o norueguês Marius Strand revelou ao mundo uma das melhores obras já criadas do Doom Metal atual: O álbum do seu projeto solo, The Fall of Every Season, From Below.

Lembro até hoje do pessoal do Lacryma Sanguine me apresentando esse cd dizendo: “Mermão, essa é a obra do doom metal, cara. Se tu não curtir, tu tem problemas!”. E realmente, foi inevitável não gostar com apenas uma audição do From Below. Um álbum que demonstrava uma perfeita nuance entre a melodia e a densidade do doom metal que poucas bandas conseguem fazer igual. Marius conseguiu sozinho. Pontos para esse cara!

Mas From Below também era um álbum que simplesmente era foda, mas dava a impressão de que aquilo não era o potencial todo que Marius tinha a dar com sua música. Como se o melhor ainda estivesse por vir. E desde então, foram praticamente 6 anos para que o sucessor finalmente chegasse. E para quem é realmente fã de TFOES, a espera foi longa e dolorosa. Mas no fim, valeu a pena, pois Amends é praticamente o que se esperava de um novo álbum do The Fall of Every Season. Esse é o potencial do Marius Strand!

Já vi muitas resenhas de Amends comparando com o Opeth e eu sinceramente não consigo enxergar alguma semelhança realmente gritante quanto ao projeto de Marius com a banda de Mikael Akerfeldt. Talvez a produção do álbum o fez parecer algo que o Opeth soaria nos tempos de My Arms, Your Hearse, ou simplesmente a voz de ambos serem um pouco parecidas, além do fato de que algumas músicas possuem aquela estrutura “parte pesada -parte limpa”. Mas as comparações param por ai.

A grande diferença é que Amends é album, em sua essência, Doom Metal. A atmosfera densa e opressora do estilo está lá, em cada melodia e acordes das guitarras e em cada passagem da voz de Marius, tanto limpa como gutural. O que torna a música do The Fall of Every Season mais atraente é a  beleza de uma sonoridade menos virtuosa, com mais ênfase na harmonia e nas melodias marcantes. Nas composições dinâmicas, que conseguem transitar entre o leve e o pesado sem soar forçado ou totalmente fora de contexto. Além disso, é impossível não notar também de uma maravilhosa influência postrockiana, com seus famosos “crescendos” característicos do estilo e muito usados por bandas como Explosions in The Sky e This Will Destroy You, que contribui ainda mais para uma sonoridade única ao trabalho de Marius Strand.

Destaco do álbum a música The Mammoth. Simplesmente a melhor canção do cd (e foi difícil escolher qual delas foi a melhor), que possui um final simplesmente avassalador, capaz de deixar qualquer um fã de doom metal instigado e entregar a alma à bad vibe eterna!

Amends fica marcado como o “Magnum Opus” de Marius Strand. Com um álbum tão maravilhoso e único, fica a curiosidade em saber como será o próximo material do The Fall of Every Season.  2013 mal comecou, mas pelo menos para o doom metal, podemos dizer que o estilo começou com o pé direito. Com um álbum que tem todos os requisitos  para ser o melhor do ano. Quem poderá bater Amends?? Vamos aguardar que venham mais candidatos a roubar a pole-position que nesse momento está com o nome de Marius Strand gravado.

 

The Fall of Every Season – Amends (Grau Records)

1. Sole Passenger

2. The Mammoth

3. A Portrayal

4. Aurelia

5. Come Waves

 

depress5

 

Contatos:
http://www.thefallofeveryseason.com/
http://www.facebook.com/pages/The-Fall-Of-Every-Season/117583444472

 

Resenha feita por Allan Daniel, baixista da banda Lacryma Sanguine.

Lacryma Sanguine – Tour Report pt. 01

Quarta-feira. Dia 20 de Fevereiro de 2013.

 

Esse dia ficou marcado na história do Lacryma Sanguine como nossa primeira turnê de shows fora de nossa cidade natal, Fortaleza.

Era mais ou menos umas 4 da matina que pegamos a estrada na van rumo ao nosso primeiro show fora de Fortaleza, em Patos na Paraíba.

A viagem seria um pouco mais de 400km. Quase umas 6 horas de viagem dentro de uma van com outros 4 caras e um cooler com cerveja para aguentar tanto tempo na estrada, lógico.

Depois de quilômetros enfurnado na van e horas de sono ruim, chegamos em Sousa, Paraíba, mais ou menos meio-dia e já demos de cara com o famoso calor infernal da região. Olha, a gente até que acostumado com o calor, já que somos de Fortaleza, mas mesmo assim o calor de lá era tão fudido que em poucos segundos debaixo do sol quente, eu sentia minha cabeça assando. E nós que já somos um pouco admiradores de um clima mais “doom” não esperava um sol tão “de lascar” assim. Nada como ficar em um hotel com ar condicionado no talo para amenizar o clima (e as vezes mesmo assim era quente).

803895_500478163323136_1896505747_nBem,  tivemos tempo apenas de deixar as malas no hotel e pegar novamente a van para ir ao Centro Cultural do BNB de Sousa, para se encontrar com os produtores Jofran e Felipe, para daí pegar outra van com destino à cidade de Patos, que ficava a mais ou menos 150 km de Sousa. Maravilhassss, mais estrada pela frente dentro de uma van!!!

Chegamos por volta de umas 5 da tarde em Patos (PB) e fomos muito bem recebidos pelo pessoal da produção de lá, nos dando uma acomodação para descansar e comer um pouco para passar o tempo até o nosso show.

Em Patos, fomos informados que seriamos a primeira banda, já que éramos a atração principal, e que iriamos fazer a passagem de som.

Sem problema!

Pegamos os nossos instrumentos e quando estavamos proximos do palco, fomos informados novamente de que na verdade, seriamos a ultima banda e que ai não teria sentido fazermos a passagem de som.

Sem Problema!

Nada como tomar umas brejas para passar o tempo e esperar o nosso show, né não?? E ainda tive tempo para trocar idéias com uma galera massa que tava por lá, como o Josélio do Infernus Bar, gente fina que tava por lá vendendo cerva e ainda comprou nosso EP, e o Sauron da banda Caverna, de Black Metal!

Daí nossa apresentação seria por volta de 11 horas da noite e no festival rolou 3 bandas antes da gente: Uma banda de Reggae, um cover de System of A Down e outra que bem, acho que era de rock autoral, não me lembro bem. Adoro diversidade musical, rs.

482637_500480269989592_664722445_nDurante a apresentação de uma das bandas, o batera deu uma lenhada na caixa que pirulitou a pele da caixa, fazendo com que a produção se virasse para arranjar outra caixa de bateria para o show. Acho que foi umas meia hora ou mais de atraso para as outras bandas.

Logo após essa banda, subiu um cover de System of A Down… e bixo, eu já não suporto System of A Down. Cover então… O que me restou era simplesmente esperar o show e tomar mais brejas para passar o tempo.

E ai finalmente chegou a nossa vez. Subimos ao palco e mandamos ver.

Durante a execução de Restless Dreams, a batera comeca a cair aos pedaços praticamente, deixando nosso baterista a ver navios e no desespero de tentar consertar enquanto toca. O que não funcionou e tivemos que parar para pedir ajuda ao pessoal do som para reparar o ocorrido. O que não aconteceu na verdade e desde então foi uma chuva de bad vibe entre a produção e os otários do som, que na verdade só eram acostumados a fazer som de bandas de forró (risos). Não teve jeito de continuar o show, não havia condições nenhum de continuar tocando com uma bateria parecendo que foi feita de palha.

Uma pena, pois havia muita gente querendo ver a gente ao vivo por lá.

12086_500480783322874_602227491_nO que seria uma oportunidade que poucas vezes eles poderiam ter. Sem mencionar também nosso desapontamento por não ter dado o 100% que a gente é acostumado a dar nos shows do Lacryma Sanguine. Apesar disso, ainda teve muita gente que curtiu o show até onde ele parou, e no fim, o que valeu é isso mesmo. Soma-se ao fato de a produção do show ser um pessoal gente fina e bem esforçado e não esperavam por essa na primeira edição do festival deles. Fica ai um desejo de boa sorte para eles na próxima edição e que isso apenas sirva de lição e experiência para eles no futuro.

Voltamos para Sousa ainda na mesma noite e fomos direto para a cama pois mais parecíamos zumbis diante de tanta manguaça e cansaço dessa noite.

Mas felizmente, os outros shows foram bem acima da média para compensar o de Patos. E no próximo update, vou explicar como foi nosso dia em Sousa, nosso show na cidade, nossa manguaça after party, além de um deguste de cachaças paraibanas hehehe.

 

Cya!

 

DOOM OVER THE WORLD!

Allan Daniel